domingo, 27 de fevereiro de 2011

Consciente


A noite chega, junto logo vem o desespero, a dúvida, o lamento.
Voando nas lembranças, no tempo, esperando que algo aconteça.
Permanece. Nada muda e as horas não passam. Lágrimas são apenas o que lhe restam? Que nada, decidida despertou, durante horas espalhou seus passos pela cidade, numa madrugada agitada, confiante não te encontrar, querendo se perder pra não te achar, mas tudo foi em vão.
Lá estava ele, do outro lado da rua, lançando aquele olhar censurado para seus modos e atitudes. Como sempre durão.
Com o coração borbulhando, com aquela sensação trêmula e asfixiante, ela pensou, por que justo com ela?
Confusa, poderia passar pela aquela situação despercebida, fingir e jamais voltar à entrega de antes, mas como? Se ele a chamava.
Uma pausa foi dada, pensativa, não posso e não devo.
Nada adianta, nem lembranças de um passado doloroso, nem promessas feitas. O que ela realmente queria era se jogar em seus braços, agarrar seu corpo, te encher de beijos... Ponderou, mas foi. Forte e de cabeça erguida, sentou e conversou.
Ele ainda era o mesmo, com palavras frias e duras, mas com sua importância e uma verdade única.
Ela respirou fundo e recebeu um abraço, aquele abraço que tantas vezes acolheu suas dúvidas e tristezas, que dividiu suas emoções e alegrias, um abraço com um aperto diferente, de saudade!!!

Deborah Vale

Um comentário:

Marcela Ohana disse...

parece um trecho de um livro, nao parece um texto avulso!!

arrasou!!
bem impessoal e detalhado!
amei